As mulheres são campeãs num ranking que não traz glória alguma: 81% delas contra 59% dos homens revelaram ter dor de cabeça na pesquisa conduzida pela neurologista Eliana Melhado, da Sociedade Brasileira de Cefaleia.
O posso fazer para melhorar minhas dores ?
Remédio top de linha
Elas interrompem as crises em cinco minutos, enquanto os analgésicos à base de cafeína demoram 40 minutos. Disponíveis sob a forma de comprimido, tablete que se dissolve sob a língua, spray nasal e injeção, os triptanos (sumatriptano, rizatriptano, zolmitriptano e naratriptano) reduzem o calibre dos vasos sanguíneos para aliviar a dor. “O resultado é melhor quando associado a um anti-inflamatório não hormonal”, afirma José Geraldo Speciali. O coquetel é indicado a pacientes com, no máximo, duas crises por mês.
Toxina botulínica
O famoso antirrugas recebeu aprovação da Anvisa no ano passado para tratar enxaquecas que duram mais de 15 dias e não respondem aos remédios. O fabricante apresentou um estudo em que o número de crises caiu pela metade em 70% dos pacientes após um ano de uso. As injeções de toxina botulínica do tipo A foram aplicadas a cada três meses em pontos na testa, nas laterais da cabeça e na nuca. “O tratamento relaxa os músculos contraídos, aliviando a dor”, explica a neurologista Célia Roesler, do Departamento de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
Agulhas e eletrodos
Acupuntura ou estímulos elétricos em pontos que concentram terminações nervosas afrouxam os músculos, têm efeito anti-inflamatório e estimulam a liberação de analgésicos naturais. Uma revisão de estudos divulgada pela Associação Médica do Canadá em janeiro comprovou redução na intensidade da dor. São usados na crise, com remédios, ou semanalmente em quem tem episódios – para abortá-los.
Aparelho para relaxar
O biofeedback ajuda a perceber como a dor é produzida e de que forma a ansiedade e a tensão muscular levam a ela. Sensores do aparelho são postos na cabeça e nos braços para monitorar pulso, frequência respiratória, temperatura corporal e contração dos músculos. Os sinais coletados, transformados em imagens e sons, aparecem num computador – aprende-se a reconhecer alterações associadas à dor. O paciente, então, começa um treino, que dura seis semanas, para administrar as reações e evitar o mal-estar.
Neuroestimulação
Para quem já tentou tudo: estão em testes dois tipos de neuroestimulação. Na magnética, encosta-se uma bobina na parte de trás da cabeça, na altura do nervo occipital. Ela envia pulsos magnéticos para equilibrar os circuitos nervosos ligados à dor. Numa pesquisa da Ohio State University, nos Estados Unidos, 39% dos pacientes ficaram livres do problema após a aplicação. Na elétrica, eletrodos são implantados sob o couro cabeludo, nos dois lados da cabeça, em cirurgia, para dar choquinhos no nervo occipital e impedir a propagação da dor. Em experiência na Itália, Inglaterra e nos Estados Unidos, tem mostrado bons resultados.
O que vem por ai ?
' Adesivo de sumatriptano. Colado no braço, tem um dispositivo eletrônico que produz uma corrente elétrica, por meio da qual o remédio atravessa a pele. Aguarda aprovação do FDA, órgão que controla medicamentos nos Estados Unidos. Sem previsão de chegada ao Brasil.
' Dispositivo parecido com uma seringa sem agulha que injeta na pele, por pressão, 6 miligramas de sumatriptano e começa a agir em menos de dez minutos. Foi lançado nos Estados Unidos em 2010.
' Inalador oral com di-hidroergotamina. Versão moderna da ergotamina, usada há décadas contra enxaqueca, indicada para quem não responde aos triptanos. Espera ok do FDA.
' Drogas que inibem o peptídio CGRP, ligado ao sistema que dispara a dor. Projetadas para hipertensos e pessoas que não podem usar remédios à base de triptanos, que contraem os vasos sanguíneos. Num estudo feito em 81 centros de pesquisas europeus e americanos e publicado na revista Lancet, 55% dos pacientes tiveram alívio com telcagepant (oral) e olcegepant (venoso). Chegam aos Estados Unidos este ano.
Bora tratar dessas dores de cabeça que não passam NUNCA!
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